Esse tal de “Schadenfreude”
(alegria no sofrimento do outro) me irrita. Isso aqui é mais um desabafo. Você
algum dia já falou para um amigo que você está ferrado naquela matéria ou que
não conseguiu estudar nada? O amigo em questão parece ficar feliz ou se
contenta que também não fez grandes coisas e no lugar de dizer algo relevante
solta um "eu também". Esse “eu também” me gera mais angústia e não alivia em
nada. Desculpa, mas não acho útil este “eu também”. A identificação nisso que me
gera aflição não é fator de escape, essa identificação não me parece boa e essa
felicidade não me parece legal. A conversa, então, desvia do foco de quem
iniciou o diálogo e o outro toma o discurso para si dizendo coisas que nem de
perto são coisas boas, são identificações nessas frustrações ou nesses pequenos
infortúnios, bloqueio ou o que quer que seja que não te permitiu realizar tudo o
que você planejou para aquele dia. Você é interrompido no seu discurso e nem
sequer de fato consegue desabafar. Mal do século? Problema diário
universitário? Será que isso anda acontecendo também em outros anos escolares e
no dia a dia dos trabalhadores? Bem, não sei. Não sei se isso incomoda só a
mim, ou se outro também possui esses problemas. Só sei que “Schadenfreude” não
me deixa feliz, não me deixa falar e parece não me permitir ser ouvida. Seu
infortúnio não me deixa mais feliz. Você feliz, sim, me deixa contente e pode
me gerar um exemplo a seguir. Chega de competição de quem está mais na merda,
já não chega a competição social nas redes de quem é mais feliz? De quem é mais
bonito? De quem pode mais? Competição de desgraça já vai além daquilo que
eu possa compreender. As pessoas esquecem de ouvir umas as outras, você começa
a deixar de falar, pois o ciclo competitivo já te encheu. Queria apenas, às
vezes, dizer que estou mal por isso e ouvir um conselho, ou algo mais relevante
que um “eu também”.
Imagem encontrada no link: https://alphanation.com/motivation/schadenfreude-your-brain-on-hate/
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